UM SANTO E FELIZ NATAL

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O azevinho é um dos símbolos do Natal, porque dizem… estendeu os seus braços durante a fuga da Sagrada Família para o Egipto para esconder Maria e o Seu Filho e assim impediu que os soldados de Herodes matassem o Menino Jesus.

Então Maria, em agradecimento, abençoou o azevinho que, desde então, permaneceu sempre verde.

Andar, sempre que posso, enfiada em alfarrabistas, dá nisto:

 

O subúrbio elegante como uma bela rua de Paris, é favorecido por um cibinho de luz. O elemento democrático conta alguns centos de almas. Aqui tão pouco o casario se sucede. Extinguem-se desajeitadamente do campo, o “condado” que encheu o ocidente eterno das florestas e das plantações prodigiosas onde fidalgos selvagens prosseguem suas crónicas sob a luz gerada.

Estremece à paisagem dos caçadores e das hordas. A comédia mete o pé nos palcos da erva, e o embaraço dos pobres e dos débeis no meio destas estúpidas prespectivas. “

Belos e actuais textos  escritos  por Rimbaud e traduzido por Mário Cesariny em “Uma cerveja no Inferno”

http://pt.wikipedia.org/wiki/Arthur_Rimbaud

 

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“…
Amo-te sem saber como, nem quando, nem onde,
amo-te directamente sem problemas nem orgulho:
amo-te assim porque não sei amar de outra maneira
…”

Pablo Neruda, in “Cem Sonetos de Amor”

Santa e Feliz PÁSCOA

Santa e Feliz  PÁSCOA

14603474_2JZdNCá por mim, não preciso de ir a Bragança a minha amiga Mena fez o favor de fazer chegar o Norte cá a casa. Bem hajas Pataca!

Quanto suportamos?

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Etapas

Sabendo reconhecer as etapas da vida, a intensidade dos bons e maus momentos,
conseguimos distinguir entre um simples aborrecimento e uma dor bem forte.
Abafar uma simples contrariedade, podemos faze-lo na alegria e numa  festa, numa ida ao cinema, no assistir a um concerto de Verão, não é a mesma coisa que tentar superar uma dor séria. Uma chatice é uma pedra no caminho, uma grande dor é uma montanha de difícil escalada, é fundamental não confundir pedras com montanhas.
Pedras, podemos saltá-las sem esforço, montanhas dividem o espaço, interrompem, estabelecem um antes e um depois, e é aí o ponto, em que visivelmente alguma coisa em nós se modifica .
E o que exigem de nós essas montanhas? Basicamente, atenção. Funcionam como um sinal de alerta.
Ordenam um olhar mais atento, há perigo perto, convém prevenir-nos antes do próximo movimento.
Acalmado o primeiro impulso ansioso, que nos impede para a fuga veremos que enfrentar montanhas, não é tão mau como se temia, desde que analisemos em detalhe a causa do que estamos a viver e entender porque é que chegámos até ali.
É no decorrer deste trabalho que deglutimos e incorporamos os factos na nossa própria vida, preparando-nos ao mesmo tempo para traçar novos rumos, e não nos deixarmos perder na intensa vegetação da montanha.
Dos maus momentos da vida, daqueles que parecem eternos, saímos mais fortes e talvez um pouco mais maduros.
Ganhamos mais, e abrimo-nos para os outros de uma outra forma.Conquistamos também uma pequenina parte da humildade tão necessária para aceitar que ainda atravessaremos outras fases de sofrimento. E entenderemos que em cada uma delas ganharemos um novo fôlego para o momento seguinte.

AMIZADE

Não creio que alguém, possa ter muitas e grandes amizades que perdurem pelos tempos do viver.
Uma grande amizade, não é fácil. É preciso querer, cultivar e ter dedicação necessária, para poder superar momentos de crise.
Nem sempre a amiga fiel da infância e juventude é nossa melhor defensora na vida.
No nosso universo diário vamos encontrando pessoas com as quais harmoniosamente podemos acomodar ideias e afectos, que com o passar dos tempos tornam-se ligações distintas, não perdendo todavia a mesma classificação: – “amizade”.
Quando adolescente, temos a amiga, que é um ouvido, não um repressor. A grande mecânica das confidências começa cedo, não contamos um segredo à nossa mãe. Mãe é Lei, a mãe assusta-se, escandaliza-se, esperneia, castiga, conta ao pai. A mãe, é nessa altura, o pior terreno para plantar confidências.
Com a amiga, fazemos o intercâmbio do “top secret”, da camisola, do livro, do baton, da sofreguidão de contar as mesmas coisas, pela décima vez , vamos bordando e tecendo sobre tudo e sobre o quase nada. A amiga ouve e entende, ela tem segredos semelhantes, como tal acompanha-nos.
Nessa fase de permuta de identidades, a vergonha desfaz-se. Não há vergonha da amiga!
Nas amizades mais longas, o entendimento é tal, que com facilidade chegamos com meias palavras, lá onde os outros não chegariam nem com muitas palavras inteiras.
Mas nós vamos crescendo, e nem sempre da mesma forma.
Adquirimos novos hábitos, temos novos interesses, vemos a vida de novas formas, e por vezes criamos outras amizades paralelas, que desgraçadamente se confundem com a “amiga dos segredos”.
Estabelece-se então um jogo de intrigas e competição, coloca-se no plano das vitórias pessoais, a conquista dos outros. É o momento das frases venenosas, do diz-que-disse, dos recados malévolos, e aí iniciamos uma nova etapa de conceito de amizade.
Começamos a sentir-nos um trapo, a ternura que dedicámos à amiga , tem que ser revista, para que não fique uma amiga a reboque da outra.
Já em idade adulta, aprendemos que a amizade, não precisa de exclusividade para ser mais forte, não temos que telefonar, sem um motivo prático, podemos viver na mesma cidade,e estarmos juntas só duas vezes por ano.
Uma grande ligação, pode por vezes decepcionar-nos acidentalmente, pode enfraquecer as expectativas da adolescência, mas não culpemos a amizade, mas sim o nosso discernimento.
Fica-nos a certeza que com o amadurecimento e com o tempo, a selecção torna-se mais fácil, e poderemos saber então, com segurança, quem virá conosco até ao fim.

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parar. parar não paro.
esquecer. esquecer não esqueço.
se carácter custa caro
pago o preço
pago embora seja raro.
mas o homem não tem avesso
e o peso da pedra eu comparo
à força do arremesso
um rio, só se for claro.
correr, sim, mas sem tropeço.
mas se tropeças não paro
– não paro nem mereço.
e que ninguém me dê amparo
nem me pergunte se padeço.
não sou nem serei avaro
– se carácter custa caro
pago o preço.
Sidónio Muralha
Poemas de Abril